Restaura Natureza

Restaura Natureza: conheça o trabalho dos Jovens Agroflorestores

13 de dezembro de 2023

Na Restaura Natureza 2023 - Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas do WWF-Brasil, o grupo Jovens Agroflorestores conquistou o público e também o primeiro lugar da competição na categoria Voto Popular.

Com uma comunicação envolvente, expressa por meio de um perfil no Instagram que já soma mais de 1500 seguidores, a equipe que conseguiu converter uma área degradada de 4.056m², no Agreste de Pernambuco, em um verdadeiro “laboratório” agroflorestal, com cultivo de alimentos e manutenção da floresta, também conquistou o 2 º lugar na categoria Comissão Julgadora.

Os Jovens Agroflorestores são os estudantes Ana Luisa Silva dos Santos, Evellen Rayane da Silva Marques, Jean Victor da Silva Xavier, Leonardo Liniker Batista de Lima e Paloma Isnelly Barbosa da Silva, da Escola Municipal São José, em Vertente do Lério (PE).

Coordenados pelo professor Rafael Bezerra do Nascimento, realizaram o plantio de mais de cem espécies nativas e exóticas produtivas no seu Sistema Agroflorestal (SAF), utilizando diversas técnicas de restauração.

A área virou um espaço de pesquisas e experimentos e recebeu agricultores, estudantes, pesquisadores e professores para a troca de experiências. Outra área, dentro da escola, de 87m², virou um “mini-SAF” nas mãos dos Jovens Agroflorestores.

“A ação teve como motivação, além de restaurar a natureza, mostrar a importância da agricultura familiar para o país”, diz o professor.

O grupo realizou visitas à ONG Serta (Serviço de Tecnologia Alternativa) e a uma feira agroecológica. Esteve em escolas nos municípios de Vertente do Lério e de Surubim, para falar sobre a ação de restauração da olimpíada. Na ETE (Escola Técnica Estadual) Antônio Arruda de Farias, os Jovens Agroflorestores promoveram um lançamento de bombas de sementes em uma área de 2.237 m².


Popularização


Um dos prêmios conquistados pela equipe é uma mentoria com a professora e secretária geral da SOBRE, Alessandra Nasser Caiafa, que também integrou a Comissão Julgadora. Para ela, o trabalho dos Jovens Agroflorestores reforça um dos principais propósitos da SOBRE: popularizar a restauração entre as crianças e adolescentes por meio da escola, inclusive como disciplina nos ensinos fundamental e médio.

“Hoje todo mundo já tem consciência sobre a importância da correta destinação do lixo. A ideia é que aconteça o mesmo com a temática da restauração ecológica. A Restaura Natureza tem o objetivo de popularizar a restauração em grupos que podem causar impacto, como é o caso dos alunos”, analisa.

A experiência com os estudantes do Agreste evidencia, para ela, a importância da transdisciplinaridade na educação básica, trazendo debate sobre temas importantes que podem estar presentes em diferentes disciplinas, como é o caso da restauração de ecossistemas.

“É uma forma de naturalizar o processo. O grande sonho da SOBRE é que a restauração passe a ser enxergada como benefício para todos e não como um ônus para o pequeno agricultor. Os Jovens Agroflorestores são todos filhos de agricultores que já estão disseminando essa ideia na comunidade”, pontua.

A mentora da equipe conta que ficou emocionada ao observar a forma como os estudantes se apoderaram da cidade. “Independentemente de onde ou como a gente esteja, a restauração é sempre possível. Não tem cidade pequena ou grande o suficiente que não possa ter uma boa história de restauração para contar.”


Com a palavra, os Jovens Agroflorestores


A equipe valorizou a diversidade de espécies nativas e exóticas produtivas usando sementes, mudas, estacas, rizomas, bulbos, tubérculos e manivas.

Leonardo Liniker, integrante do grupo, conta que a fase prática da Olimpíada foi a mais legal de participar. “Das mais de 100 espécies produzidas no nosso SAF, nós plantamos quatro tipos de plantas chave: a palma, o sisal, o gravatá e o mandacaru, que vão servir como hidrogel natural para os períodos de seca”, diz, destacando que a experiência foi única e muito produtiva. “Aprendi várias coisas que não sabia, como as práticas de cultivo. Fiquei muito feliz pelas conquistas, pelas viagens e pela importância para nossa escola e nosso município.”

“Foi a melhor experiência que já tive”, afirma o estudante Jean Victor. “Gostei muito de tudo, desde os quizzes, que achei o maior desafio da olimpíada, até a fase prática. O projeto impactou na minha aprendizagem e na minha timidez, que consegui superar.”

A estudante Paloma Isnelly afirma que o grupo todo se empenhou muito na olimpíada e conseguiu um apoio enorme de outras pessoas. “Foi uma experiência diferente. Entrei em contato com a natureza e com temas que não conhecia. Espero passar a nossa experiência para mais jovens, fico feliz com o resultado que conquistamos”, diz.

A experiência também foi marcante para Evellen Rayane da Silva Marques. “Aprendi muitas coisas e a que mais gostei foi fazer as bombinhas de sementes e plantar diversas variedades de plantas. Foi muito bom ter contato com a natureza e interagir com outros jovens.”

Para Ana Luisa Silva dos Santos, a ação mais interessante foi a visita às escolas. “Interagimos com os estudantes e recebemos várias pessoas. Tive muito contato com a natureza e estou feliz pelas nossas conquistas. Esse projeto está sendo histórico”, revela. Na visão do professor Rafael Nascimento, a maior vitória do grupo foi resgatar a conexão dos estudantes com a natureza. “Formamos esses jovens para que sejam disseminadores desse conhecimento.”

Ele destaca que o projeto é contínuo e, no momento, está em fase de manutenção do SAF, inclusive diante do período de poucas chuvas. “Estamos coletando sementes e fazendo os manejos necessários para o período de seca”, conta.

O professor lembra que o projeto se mostrou essencial para o município e para a região, pois difunde a agricultura familiar em sistemas agroflorestais, disseminando novas técnicas. Para o próximo ano, os planos do grupo incluem ampliar o projeto e trazer novas tecnologias. “Isso tudo será apresentado na próxima Olimpíada Restaura Natureza”, avisa Rafael.


Conheça o trabalho


Os Jovens Agroflorestores realizaram o plantio de mais de cem espécies nativas e exóticas produtivas no SAF, utilizando técnicas de restauração como semeadura direta de sementes, bomba de sementes, mudas, muvuca de sementes, estaquia e regeneração assistida.

Na área foram plantados bulbos, raízes, tubérculos, rizomas, mudas, estacas, cactáceas, grupos adensados e plantas chave que ajudarão na criação e manutenção do sistema, criando um nicho ecológico que será abrigo para aves, répteis e pequenos mamíferos que ajudarão no processo de dispersão de sementes e aumento da diversidade da fauna e flora locais.




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