Movimentos Biomáticos expõem lições aprendidas e desafios na SOBRE2024

Conferência abriu espaço para o debate entre os movimentos pela restauração dos biomas brasileiros

23 de julho de 2024

A “SOBRE +10: O Futuro da Restauração - V Conferência Brasileira de Restauração Ecológica”, realizada de 8 a 12 de julho em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) abriu espaço para exposição das conquistas e desafios dos movimentos biomáticos brasileiros. No simpósio "Coletivos de Restauração nos Biomas Brasileiros: História e Lições Aprendidas", Rubens Benini (Pacto pela Restauração da Mata Atlântica), Rodrigo Mauro Freire (Aliança pela Restauração na Amazônia), Carol Sacramento (Araticum - Articulação pela Restauração do Cerrado), Ana Paula Rovedder (Rede Sul de Restauração Ecológica) e Ana Claudia Costa Destefani (ReCaa - Rede para Restauração da Caatinga) Solange Ikeda Castrillon (Pacto pela Restauração do Pantanal) reuniram-se para compartilhar as experiências e desafios de cada movimento.


Pacto pela Restauração da Mata Atlântica


Rubens Benini apresentou as novas metas do coletivo, que hoje conta com 326 membros e 16 unidades regionais. A meta principal é restaurar 15 milhões de hectares até 2050, com 2 milhões de hectares nos próximos quatro anos. As estratégias incluem diagnosticar áreas prioritárias, mobilizar recursos financeiros, impulsionar a economia da restauração, apoiar políticas públicas, publicar materiais de pesquisa, promover ações de conscientização e fomentar pesquisas científicas. O desafio do Pacto é manter o engajamento dos membros atuais e fortalecê-los por meio de capacitação e geração de recursos financeiros.


Aliança pela Restauração da Amazônia


Rodrigo Freire falou sobre a Aliança pela Restauração na Amazônia, uma iniciativa multi-institucional lançada em 2017, cujo objetivo é promover, qualificar e ampliar a restauração de paisagens florestais nos nove estados da Amazônia brasileira. Desde sua criação, a aliança cresceu de 80 para 136 membros, tornou-se um capítulo da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE), aprimorou a governança, atraiu apoio do setor privado e ganhou maior visibilidade. Os principais desafios incluem engajar os membros, descentralizar o trabalho e garantir sustentabilidade financeira. A Aliança destaca a importância de estruturar a capacitação no território, pois a Amazônia carece de uma cadeia estruturada para restauração. Freire enfatizou que a aliança atua como uma inteligência estratégica para implementar a restauração em larga escala, ajudando instituições com recursos a efetivar ações concretas no terreno.


Araticum - Articulação pela Restauração do Cerrado


Carol Sacramento anunciou as metas do coletivo, que visa restaurar 2 milhões de hectares no Cerrado até 2030. A visão do grupo é um Cerrado restaurado e inclusivo, que apoie a redução das desigualdades sociais, preserve a sociodiversidade e combata a crise climática. O coletivo destaca sua diversidade, com conselhos e membros incluindo comunidades locais. As ações da Araticum são pautadas por inteligência territorial e governança de dados, disseminação de conhecimento, criação de oportunidades e políticas públicas, com o objetivo de fortalecer as organizações de restauração.


Rede Sul de Restauração Ecológica


Ana Paula Rovedder destacou que a Rede Sul de Restauração Ecológica, com 13 anos de existência, reúne pouco mais de 100 membros e atua nos biomas Pampa e Mata Atlântica Subtropical. Com um grupo de trabalho totalmente voluntário, a Rede Sul congrega grupos de pesquisa, órgãos ambientais, empreendedores da consultoria e ONGs em prol da restauração ecológica. A Rede, que este ano tornou-se capítulo da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE), busca aumentar sua visibilidade nacional para captar mais recursos e expandir suas atividades. O principal desafio é estruturar-se de forma profissionalizada, o que permitirá aprofundar suas temáticas, fortalecer seus grupos de trabalho, ampliar sua representatividade e visibilidade, além de capacitar seus membros para maior protagonismo político e social. Um dos maiores objetivos da Rede Sul é contribuir para a reconstrução ambiental do Rio Grande do Sul, defendendo que a restauração ecológica seja uma linha central de atuação. Para Ana Paula, é fundamental representar de forma robusta o território para influenciar as decisões políticas que impactam o meio ambiente.

RECAA - REDE PARA RESTAURAÇÃO DA CAATINGA
Ana Claudia Costa Destefani enfatizou que a ReCaa adota um planejamento participativo estratégico para alcançar suas metas. O maior desafio é criar uma inteligência coletiva capaz de lidar com a complexidade da restauração na caatinga, trazendo a inovação necessária para essas áreas áridas e complexas. Destefani destacou que, sem o envolvimento e aprendizado com a ancestralidade local, a restauração não será eficaz. Ela defende a importância de entender e atender às necessidades específicas do território e do povo da caatinga, visando a recuperação da biodiversidade nativa. A ReCaa enfrenta dificuldades na sistematização de conhecimentos e boas práticas de restauração baseadas nos saberes dos povos da caatinga, além de desafios no financiamento de projetos de longo prazo. Superar esses desafios é crucial para garantir o sucesso das iniciativas de restauração no bioma, promovendo a sustentabilidade ambiental e social dessas áreas tão preciosas e vulneráveis.

PACTO PELA RESTAURAÇÃO DO PANTANAL
Solange Ikeda Castrillon compartilhou a iniciativa criada em resposta aos desafios enfrentados com os incêndios no Pantanal e a degradação dos planaltos que abrigam suas nascentes. O Pantanal, a maior área úmida do planeta, motivou a formação deste movimento. A abordagem adotada é participativa, envolvendo ONGs de comunidades tradicionais, instituições de pesquisa e sindicatos de trabalhadores rurais. Para Solange, o desafio não se limita ao financeiro; é essencial combater incêndios criminosos, promover a conservação e estabelecer diálogo com todos os envolvidos. A restauração eficaz depende da preservação da água e da biodiversidade no Pantanal, elementos essenciais para o sucesso da iniciativa.

Assista aqui ao Simpósio dos Movimentos Biomáticos na SOBRE2024 na íntegra.

A SOBRE2024 foi realizada de 8 a 12 de julho em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), com o patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).




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